Ser fã ≠ Idolatria
- Neska bat ✤
- 19 de dez. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de fev. de 2022
A admiração é algo natural e podemos usá-la de forma positiva para nos tornarmos indivíduos melhores com base em bons exemplos a serem seguidos - Júlia P. D.
No caso de figuras públicas, penso que nos tornamos fãs de alguém porque sentimos uma admiração que abrange não apenas o posicionamento dessa pessoa, mas também o trabalho e até mesmo o estilo de vida dessa pessoa. É criar um carinho especial por alguém que talvez nunca tenha conhecido pessoalmente, mas mesmo assim você está lá.
Apesar de ter um carinho e uma admiração imensa pela Itziar, ser fã e querer "tê-la por perto" de alguma forma, tenho pavor do comportamento obsessivo e idolátrico.
A euforia inicial pode, por vezes, nos fazer mergulhar de cabeça em águas que não sabemos se são seguras ou não. Falo por experiência própria.
Ser fã não me concede o direito de ultrapassar os limites de sua privacidade, nem nada que tenha por objetivo satisfazer minha mera curiosidade, alimentar meu ego ou suprir alguma necessidade pessoal.
Admiro uma artista, uma pessoa que vive constantemente sob os holofotes, é alvo de fofocas e especulações. Conquistou muitos corações ao redor do mundo, mas que é antes de tudo um ser humano, uma pessoa que tem seus defeitos e que também pode errar como qualquer um. Não cabe a mim julgá-la, tampouco colocá-la em um pedestal.
Me encantei por muitas de suas características, sua autenticidade, coragem e valores que demostra ter. Por isso, penso que, de alguma forma, ela me abriu os olhos, o coração e a mente para muitas coisas que antes eu não pensava tanto como acredito que deveria ou poderia. Sou tão grata à isso, porque inspira e dá coragem para tentar melhorar o que estiver ao meu alcance.
Esses pensamentos e emoções que eu sentia convergiram com o que Caetano Veloso - esplendidamente - soube traduzir em palavras e me deu o insight que eu precisava.
Sou muito fã de Caetano e uma vez assisti a uma entrevista sua, onde o jornalista perguntou algo relacionado ao projeto 342 Amazônia (e outros que ele também se envolve). Caetano respondeu com uma fala que deu aquele insight bacana. Não me lembro da frase com exatidão, mas foi algo assim:
Artistas são como uma espécie de âncora, pois têm o poder ou a capacidade de atrair a atenção das pessoas para questões que são importantes na sociedade.
Achei isso tão lindo e talvez tenha me ajudado a entender a esse carinho que criamos por alguém sem ao menos conhecer pessoalmente. Desde então, acredito que ser fã é isso. Ser fã não se resume a stalkear um artista, ter ou participar de um fã-clube, estar a par de todas as notícias, enfim. Isso nos torna reféns das mídias, das redes sociais e de todas as coisas mesquinhas que elas trazem.
Ser fã é cuidar e respeitar quem você admira. É vibrar por suas conquistas, desejar que essa pessoa cresça, mas também aprender e crescer junto com ela, amadurecer e voltar o olhar para outras coisas importantes além da tela do celular, do número de likes, follows, engajamento, etc.
É difícil saber qual o limite. A linha é tênue, mas ela existe e precisamos tentar respeitar. Não digo que nunca a ultrapassei, mas ultimamente tenho tentado ao máximo não me perder nessa caminhada.
Itzi, tenho realmente um carinho e uma gratidão muito grande por ti. Desejo sucesso sempre, mas que ele sempre venha acompanhado de amadurecimento pessoal e evolução espiritual. Tú tens sempre os pés no chão, mas tua alma flutua com uma leveza tão sublime que será uma caminhada relativamente fácil pra ti. Só me resta desejar-lhe amor, força e muita luz!
Seja feliz :)
Eskerrik asko, maitea!
Te admiro y solo deseo lo mejor. ❤️
👏👏👏👏 muito bom!